terça-feira, 16 de setembro de 2008

Barcelona vs Sporting: A Questão Técnica e a Questão Emocional

Esta época ainda não tinha visto o Barcelona jogar. Soube dos maus resultados na Liga pela imprensa e pelos resumos vistos na televisão. Sabia no entanto que tinham um novo treinador mas um velho conhecido nos campos de futebol: Pepe Guardiola. A jogar, era um artista de classe, um médio criterioso . Jogou várias épocas na década de 90 na equipa principal do Barça, lembro-me de partilhar o meio campo com Bakero, Amor, Hagi, De La Peña e… Figo. Um dos seu treinadores foi Johan Cruyff, um dos mestres do futebol total, do futebol largo jogado por todo o campo. Penso que o discípulo procura agora esta fórmula para este Barcelona de 2008/2009. Na minha opinião isto dificultou, e muito, a vida ao Sporting.

Paulo Bento tem um mérito: acredita no amadurecimento, do clube, dos seus jogadores e também do seu sistema de jogo. O Sporting entrou com o seu habitual losango procurando essencialmente defender-se da avalanche adversária. Tentando encurtar espaços no meio, onde realmente a equipa foi solidária, foram surpreendidos por um jogo altíssimo e realizado em termos ofensivos quase sempre pelas alas e pelos extremos. Reparem quantas vezes Daniel Alves subiu trocando a bola com Messi na direita e no outro lado Iniesta fazendo o mesmo com Henry. Muitas vezes vi também Eto’o na esquerda. Com os centrais alargando-se pelo campo e subidos, e com Xavi e Iniesta a fazer passes em profundidade e para os lados, os catalães souberam usar a sua superioridade e aproveitar os pontos fracos do Sporting.

Vista a questão técnica vamos à questão emocional. Tentando aproveitar a pressão vivida nos catalães devido não só ao inicio intermitente desta Liga como à incerteza vivida no final da época passada, os leões entraram em campo apostados em ajudar à destabilização, procurando destruir jogo e fechando-se lá atrás. Tentavam com isso levar a decisão favorável do jogo mais para o final. O Barcelona, como referi atrás, entrou resolvido, tentando esmagar fantasmas. Conseguiram um golo de bola parada que lhes devolveu a tranquilidade mas que lhes retirou alguma da pressão positiva. É aí que o Sporting aproveita porque afinal de contas procurava também um resultado melhor que a derrota. A intranquilidade traiu os verde-brancos, podendo nesta fase jogar curto em posse de bola, nunca o conseguiriam fazer de forma determinante.

Por fim ficam as emoções, a timidez que não nos permite ultrapassar o sonho e por outro lado a alegria de estar a jogar ao mais alto nível e poder aprender com isso.

1 comentário:

nuno brolock disse...

gostei.das melhores que já li. de facto,estes 2 clubes dizem-te mto!