quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

O tom alegre e entusiástico do futebol


A paixão e o futebol andam lado a lado. Não podem viver de costas voltadas. As emoções são o combustível deste desporto. Sem elas veríamos apenas 22 jogadores a dar pontapés numa bola. No futebol vemos os defeitos das pessoas como vemos também as suas qualidades. Este jogo é transversal às classes sociais, aos níveis educacionais, às profissões, às habilitações. O futebol é exagero mas é assim que faz sentido. Exagera-se no palavrão, no grito de golo, no abraço ao colega, no festejo de uma taça. Puxamos ferozmente pela nossa cor e desdenhamos altamente a do adversário. Acima de tudo, o futebol sem uma ponta de orgulho no nosso peito não faz sentido: "esta é a minha equipa, estes são os meus jogadores". Somos nós contra eles, jogamos para lhes ganhar. Acima de tudo jogamos por prazer e realização. Construimos jogadas, passamos a bola, fazemos golos e tudo sabe bem. Tudo com o coração, porque sem o gozo do jogo nada disto faz sentido.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Dois bons laterais no mundo do leão


Aproveito o fato de na semana passada ter escrito sobre tática e posicionamento em campo para continuar hoje o tema. Na altura falei de médios centro e hoje de laterais. Este é um jogador que preenche a faixa e que está confinado a uma pequena largura mas que pode e deve fazer a diferença apostando no longo caminho que tem à sua frente. Penso que hoje em dia esses laterais existem no Sporting. João Pereira é um rapaz baixo e que por vezes perde alguns lances aéreos. Compensa isso tudo com uma velocidade e destreza estonteantes. É agressivo de duas formas. Agarra cada lance com o afinco de um defesa exemplar mas controla-se pouco em situações de stress emocional. O outro lateral sportinguista é alto e ganha lances de cabeça. Naquilo que destingue melhor um lateral, a eficácia a defender e a solicitude a atacar, Evaldo é destemido, veloz e dono de boa técnica.
Resumindo, ambos os laterais do Sporting defendem bem e oferecem à equipa estruturas para atacar melhor e de forma mais rápida. Penso que nem tudo é mau no Sporting. O nosso ego sportinguista merece lhe falem do que existe de bom aos ouvidos.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Os organizadores


Uma das coisas que mais me dá gozo no que diz respeito ao futebol é pensar em tipos de jogadores e posições no campo. Penso em Xavi, do Barcelona, em Javi Garcia do Benfica, em Fernando do Porto ou em André Santos do meu Sporting e consigo ver carateristicas semelhantes. Falo de comportamentos em campo, em primeiro lugar. Todos eles procuram unir pontos, dar sequência a jogadas, oferecer espaços aos outros colegas. Constato isto e não posso deixar de imaginar que estes organizadores, como eu gosto de chamá-los, têm também atitudes semelhantes face ao jogo. Para eles o mais importante não são os dribles que desiquilibram ou os golos de bicicleta. Estes jogadores acreditam na organização coletiva, gostam de ser referências no meio de vendavais e agem de forma a conciliar conversas. Moderam diálogos entre laterais e extremos, entre defesas centrais e pontas de lança.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Artistas para o Sporting!


Segunda-feira fui ao estádio. Novo ano, de volta a Alvalade. O ritual de chegar e petiscar. Dar uma volta por ali e depois entrar com atencedência para o meu lugar. Sabe bem esperar por um jogo, sentir a ansiedade dos adeptos, antecipar os jogadores que vão entrar em campo.
No campo vi um jogo de duas faces. Na primeira, o jogo morno e pouco salgado. Os leões rondavam o adversário, passavam a bola, ora para a frente ora para trás, mas a coisa pouco mais desenvolvimentos tinha. Ne segunda, o jogo mudou. Dos primeiros quarenta e cinco minutos, ficou a sensação que a equipa estava sob carris, certinha mas...monótona. Na segunda, a equipa saltou para outro patamar e soube dar criatividade ao seu jogo. Na minha opinião era isto que estava a faltar: driblar, procurar um espaço, dançar para iludir os adversários. Este Sporting precisa um pouco menos de operários dedicados e um pouco mais de artistas irreverentes.