segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Como Eu Estou a Ver a Taça das Nações Africanas

A Taça das Nações Africanas é uma competição que surge de 2 em 2 anos no mês de Janeiro. Enquanto os campeonatos europeus têm normalmente a sua actividade repartida entre taças nacionais e campeonatos nacionais, em África joga-se o equivalente ao nosso Campeonato Europeu de Fútebol.

Gosto de seguir este evento africano. Por algumas razões: pela componente competitiva entre paises relativamente novos, pela curiosidade de ver outros jogadores e formas de jogar. Sou ajudado, e muito, pelo espectacular acompanhamento do canal europeu de desporto, a Eurosport. O campeonato é acompanhado com transmissões de todos os jogos, com bons comentadores portugueses e a promoção realizada por eles dá ainda mais espirito e espectacularidade à prova.

Falando das quatro linhas em concreto, posso dizer que tenho vindo a ver alguns dos jogos com atenção. Vi as equipas com mais jogadores reconhecidos, como são os casos da Costa do Marfim (Drogba, Kalou,...), Camarões (Eto'o, Geremi e o nosso conhecido Bynia), Nigéria (Martins, Kanu,...) e Marrocos (Tarik, Hadji...). De todas elas, juntamente com Mali, com Kanouté, Egipto e outras, posso dizer que realmente o facto de os jogadores actuarem na Europa lhes tráz um sentido de táctica e posicionamento que ajuda a tornar os jogos mais interessantes para quem os vê. Porque a irreverência, a vontade, a velocidade, força fisica e espontaniedade dos africanos é natural.
Quero também falar de Angola. Uma selecção que por motivos históricos nos está ligada. Muitos dos seus jogadores são de equipas portuguesas, algumas delas da 2ª Liga. Destaco Manucho, que há pouco tempo assinou pelo Manchester United, um jogador que me parece com uma condição fisica muito boa, ágil, com jogo de cabeça. Destaco ainda Flávio, que joga no Al-Ahli de Manuel José, com técnica e muito boa movimentação na frente. Temos ainda por exemplo Zé Kalanga do Boavista, muito rápido e bom cruzador de bolas.

Bynia, do Benfica e dos Camarões, jogou no meio-campo no jogo de estreia (derrota de 2-4 com Egipto). Rodou bem a bola mas pareceu-me, como aliás toda a equipa, pouco audaz nos passes para a frente. Em relação a Tarik, do Porto, vi-o no primeiro jogo e esteve muito bem, com vontade e criatividade ainda teve oportunidade de marcar um golo de penalidade e de assistir em outro (vitória de 5-1). Marc Zoro do Benfica, não o vi jogar mas também penso que ainda não entrou em nenhum dos 2 jogos.

De destacar também um jogador que descobri quando estava a ver o Benin-Costa do Marfim (1-4). Trata-se de Tchomogo e joga no Portimonense da segunda liga portuguesa. Pelos vistos é um jogador muito querido na claque do Benin. Actua como nº10 e é o marcador de livres da equipa.
Gostava ainda de destacar que o Egipto, que eu não conheço bem, é uma das quipas fortes desta prova e muito provavelmente uma das grandes candidatas à vitória final. Assim como os antigos vencedores da CAN, o Gana de Essien, que este ano tem o factor casa que pode ser decisivo. Para já, o Egipto ganhou 4-2 aos Camarões e 3-0 ao Sudão e o Gana, também com duas vitórias, venceu a Guiné por 2-1 e a Namibia por 1-0. Ver classificação actual da prova aqui: http://www.zerozero.pt/edicao.php?id_edicao=1801&fase=13403&grupo=783

Por último as claques fantásticas das selecções africanas. É vê-las a dançar, a cantar, a tocar num ritmo empolgante e produzindo coreografias coloridas e tropicais que sem dúvida são um dos grandes atractivos desta CAN.

domingo, 20 de janeiro de 2008

A Táctica e a Posse de Bola: O Exemplo do Chelsea

Foi com enorme surpresa que em Setembro passado, praticamente no inicio da época, recebi a noticia do abandono de José Mourinho do comando técnico do Chelsea.

Todos nós conhecemos José Mourinho, um treinador carismático e que trouxe para a ribalta do futebol o rigor metodológico aplicados ao treino técnico-táctico e à gestão de um grupo de ser humanos. Admiro e sempre segui a carreira do português, apesar de nos últimos anos eu não ter gostado das suas equipas a jogar. Simplesmente não era fútebol bonito de se ver.

Com movimentos e posicionamento bastante bem treinados, o Chelsea (e o Porto que ganhou a Liga dos Campeões) assentava, com bastante frequência, num desenho táctico de 4-1-2-1-2. O famoso losango tinha os seus vértices num médio defensivo (Makelélé), em dois médios interiores que apoiariam em jogadas ofensivas provenientes da alas (Essien, Lampard, Obi Mikel, Ballack,Tiago...) e por fim um jogador mais próximo dos avançados (Lampard, Joe Cole...). O conceito de proximidade era chave neste sistema. No fundo este losango, através da criação de linhas de passe curtas e que envolvam poucos riscos, mantinha a posse de bola a atacar, inviabilizando o jogo da outra equipa, e em situação de defesa colocava uma muralha no meio-campo.

Penso que não é só o sistema que define o tipo de jogo de uma equipa. As características dos jogadores ditam o sucesso ou não de uma táctica. Neste caso os jogadores foram muito bem orientados a interpretar este tipo de jogo. Na minha opinião faltavam executantes de mais recorte técnico e com mais criatividade para o jogo ser mais bonito e imprevisível.

Actualmente a equipa mudou. De um meio campo junto e unido passaram para uma linha de 4 jogadores na qual os médios interiores são agora médios esquerdo e médio direito. Esta forma de jogar exige mais precisão e qualidade nos passes médio-longos porque se a bola se perder as consequências para a equipa podem ser piores. Por outro lado, gosto de ver assim mais a equipa jogar porque sou um adepto do futebol jogado no máximo de campo disponível possível. Jogadores como Wright-Philips ou Joe Cole são agora mais preponderantes também em cada uma das faixas.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Novo Reforço do Ataque Leonino


Chama-se Rodrigo Bonifácio da Rocha, Tiuí é a alcunha por que é conhecido o primeiro reforço de Inverno do Sporting. Tiuí, de 22 anos, está livre de contrato, depois de ter rescindido com o Fluminense, antecipando em alguns dias o final do contrato que terminava no final de Janeiro.
Nascido a 4 de Dezembro de 1985 em Taboão da Serra, Rodrigo Tiuí formou-se no Fluminense e foi considerado uma das promessas das escolas do clube carioca. Jogou no Fluminense em 2004 e 2005 e depois foi emprestado ao Noroeste. Pelas suas exibições no clube paulista despertou a atenção do Santos, para onde se transferiu, ainda em 2006 e também por empréstimo do Flu. Esteve para assinar em definitivo pelo Santos, mas não chegou a acordo e acabou por regressar à base. Foi com a camisola do Fluminense que jogou o campeonato brasileiro em 2007, tendo jogado em 19 partidas e marcado 3 golos. Os registos dão conta de que Tiuí mede 1,77m e pesa 64kg. Pouco mais ou menos que Liedson, o seu futuro companheiro de ataque em Alvalade.
O que pode valer este reforço? Será que poderá ser um bom parceiro para Liedson? Os vídeos deixam boas indicações, mas isso não quer dizer nada. Será que se vai conseguir adaptar depressa ao futebol europeu?

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Os Pêndulos em Campo

Quando penso em inteligência aliada à estética em campo penso em vários jogadores que hoje ocupam uma das posições mais importantes do fútebol moderno: o médio-centro, ou posição 6.

A importância desta função no campo é tal que as equipas que não contam para a interpretar no campo, com um actor à altura, raramente conseguem uma consistência de jogo e os desejáveis bons resultados.

Vejam-se os casos dos três grandes. O Porto tem 3 jogadores no meio-campo: Paulo Assunção, Raúl Meireles e Lucho. O primeiro cumpre essencialmente um papel de recuperador e de passador de bolas a curto espaço. Raúl Meireles já dá uma profundidade ao jogo do Porto mas conta com a ajuda nas costas de Assunção. Quanto a Lucho González, não só trabalha como carrega a batuta no meio campo.

O Benfica conta normalmente com 1 de 2 homens força, Bynia ou Petit, com um condutor de jogo, Katsoranis e com Rui Costa, o homem que define jogadas, que conduz a orquestra. Neste sentido é um jogador de posição 6 embora não tenha a capacidade de cobertura de um Fabregas ou Moutinho.

Já o Sporting tem um homem na batuta, Miguel Veloso. Por não ser rápido a mover-se, deveria definir jogadas mais cedo do que tem vindo a fazê-lo. Já Moutinho é um médio total. Cobre e defende bem, passa melhor e cria lançes de perigo real. Na frente do meio-campo está Romagnoli. Tem a impresivisibilidade nos pés mas nem sempre consegue influenciar a equipa na medida em que a posição 10 exige, tendo em conta a saúde do onze em campo.




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