quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Receber os melhores


Estar com os vencedores pode ser intimidante. No entanto, eu gosto antes de pensar que podemos ser melhores só pelo simples facto de estarmos em contacto com eles. Com um espirito aberto, podemos aprender muito. Porque se pode aprender sem alterarmos de forma nuclear a nossa forma de ser e agir. Jogar com equipas do nível da Espanha, a campeã do mundo, só nos pode encher de satisfação. Por tudo o que isso significa, pela questão geográfica, pela questão histórica, pela questão cultural e acima de tudo, pela questão desportiva.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Uma noite de chuva

Ontem estava a chover quando cheguei ao estádio. A chuva era incerta, leve e obliqua, aquela que nos molha vinda de todos os lados. Depois de entrar, já em ambiente seco, reparei nas calças encharcadas. Apesar do chapéu, a chuva tinha-me apanhado. Já nas bancadas, meio despidas, meio molhadas, o relvado dispunha-se a contribuir para um jogo rápido e consequentemente frenético. O apito inicial soou. Os jogadores de ambos os lados correram atrás da bola, defenderam e atacaram e todos pareciam alhear-se da chuva que por vezes chateava os espectadores. O primeiro golo apareceu e com ele a primeira manifestação de alegria. A confiança subiu e as pinceladas de bom futebol tornaram-se frequentes no tapete verde, ainda rápido e ainda em bom estado. Outro golo surgiu e as emoções eram agora mais visíveis do que nunca. O árbitro apitou para o intervalo e os corações acalmaram. Era tempo de esticar as pernas e de beber uma bebida quente.
Com um fôlego renovado, a segunda parte começou. Numa noite húmida e escorregadia, o conforto da vantagem ainda estava presente. Mas tal como a chuva nessa noite, obliqua e incerta, o sentido do jogo foi a pouco e pouco mudando. Apareceu o primeiro golo sofrido. A sensação fria da água começou a fazer-se notar ainda mais. Surgiu o segundo e, de forma incrível, o terceiro. A noite não era de confiança, definitivamente.