quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Peixe fora de Água


Para o amigo leitor que todas as semanas procura a minha coluna de futobolês neste espaço, tenho uma palavra: Calma...voltei. Se calhar tenho mais que uma palavra, o que faz todo o sentido já que, todas as palavras desta coluna são para si, amigo leitor.


A semana passada não pude dar seguimento a esta nossa 'conversa de café' , porque andei a viajar: Parti do acampamento-base, na Amora, fui até Montemor-o-Novo no Alentejo e nesse mesmo dia estava de volta ao acampamento-base. No dia seguinte 'zarpei' para Montalegre. Lá fiquei por 5 dias e, depois de uma breve passagem por Ourense(Espanha),fui atracar nas Claras. No dia seguinte segui para Castanheira de Pêra onde pernoitei 2 noites, para finalmente regressar à casa de partida.


A propósito de andar por terrenos que não são os meus, gostaria de analisar o novo meio-campo do Benfica. A generalidade da crítica desportiva portuguesa, apesar de concordar que Yebda tem como mais valia físico e qualidades técnicas acima da média - com excepção de Luís Sobral que põe em causa as qualidades técnicas do jogador - discorda-quanto mais não seja,comigo- quanto à sua disponibilidade para jogar na posição 6. De facto, parece-me que a essência do meio-campo encarnado será a mobilidade de ambos os médios-centro.


Se analisarmos as transições de bola, reparamos que muitas das vezes é Carlos Martins quem desce no terreno para poder pautar o jogo, ao mesmo tempo que Yebda sobe. Desta forma acabam-se clichés de épocas anteriores do tipo a posição 6 ser sempre a 1ªreferência do meio-campo e muitas das vezes lateralizar o jogo para a posição 8. Ora, estas situações resultavam num jogo mastigado, enfadonho em que o nº6 ia buscar a bola, corria 1 ou 2 metros para depois passar para o lado (posição 8). E se pensarmos que Petit só na 3ª época de águia ao peito é que dominava-por completo- a arte de sair a jogar com a bola, é fácil de concluir que este é um filme que não queremos voltar a ver!


Outro que na boca da comunicação é um peixe fora de água é o Pablito.Quanto a mim, não passa de uma estratégia 'Quiqueniana' para proteger o jogador. É sabido que Aimar vem de uma época muito má em termos físicos, com 2 lesões arreliadoras.O próprio jogador parece preferir jogar quase ao 1º toque e apenas de quando a quando, recuar um pouco no terreno pois não se sente com forças para estar 90' a partir a loiça toda-ou até para estar constantemente a ser abalroado! Inclusive, disse hoje à comunicação social que se sente muito bem a jogar na frente, onde aliás jogou nas 2 últimas épocas. Conclusão, por mais tinta que corra, julgo que só a partir da 6ª/7ª jornada é que Quique poderá encaixar Aimar mais próximo do centro do terreno.

1 comentário:

Hugo Guerra disse...

Jogar na táctica que Quique Flores pretende para o Benfica, o 4-4-2 clássico, exige imenso dos dois médios centros.

E porquê? Porque sendo o meio campo um lugar fulcral para prevenir ataques e ao mesmo tempo lançá-los, os dois jogadores que ali jogam são normalmente poucos em quantidade relacionando com os médios das equipas adversárias (que jogam em Portugal em 4-3-3, 4-2-3-1 ou 4-4-2 losango)

Estes médios ao jogarem rápido e com técnica os alas e os avançados são sempre bem "alimentados" e assim o jogo passa também a ser decidido em outras larguras do campo onde o adversário português tipico pode ser mais vulnerável...)

Resumindo, este esquema de Quique é muito bom mas atenção que se os jogadores não o interpretarem bem perdem facilmente o controlo de um jogo contra uma equipa que jogue com mais médios.

Vamos ver o que acontece. Esta é só uma opinião que pretende lançar as bases a uma boa troca de ideias.