quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Aimar - Velocidade e Arte

O leitor que já me conhece um pouco sabe que eu gosto bastante de futebol. Costumo apreciar especialmente certa filosofia de jogo. Uma atitude que se encontra no futebol de ataque, no futebol jogado em todo a largura do campo, no futebol com elegância. De entre alguns representantes dessa mentalidade encontro por exemplo a Argentina nas selecções e por exemplo o Real Madrid nos clubes. Poderia nomear muitas mais equipas mas neste caso quero precisamente falar dos argentinos, dos jogadores inteligentes e elegantes. Não que todos os alvi-celestes o sejam mas olhando para traz lembro-me logo de vários jogadores e equipas que sobressaíram nessa forma de jogar. Falo de Fernando Redondo, de Esteban Cambiasso, das selecções de Bielsa ou de Pekerman.

Neste defeso senti uma dupla emoção ao ver chegar ao nosso pequeno futebol, e digo pequeno quando falo da dimensão da nossa liga, um dos jogadores que mais gostei de ver jogar nos últimos anos. Falo de Pablo Aimar. Uma dupla emoção porque sabe-me bem ver jogadores com este nível a chegarem ao nosso campeonato e por outro lado gostaria mais de o ter visto chegar ao meu Sporting.

Pablo Aimar tem uma forma de jogar que me entusiasma. É rápido a antecipar a próxima jogada e também a executar o próximo movimento. Além disso tem uma atitude dentro e fora do relvado, que pelo que me já foi dado a conhecer, é bastante positiva e desportiva. Vê-se isso quando chega a Lisboa e diz que o que tem em mente é “disfrutar el juego” ou quando o vemos focado apenas e só no jogo de equipa quando está em campo.

A nível europeu e fazendo uma retrospectiva penso que os tempos em que jogou no Valência foram os mais entusiasmantes. Lembro-me de ele dar um grande colorido a uma equipa que tem como cores oficiais o preto e o branco. Jogava no meio e avançava para a frente como uma fluidez surpreendente. O Valência jogava com os célebres Mendieta, Albelda, Baraja e Aimar entendia-se com eles às mil maravilhas. Iniciava jogadas, confundia marcações, tabelava e driblava e como se não bastasse marcava golos, alguns deles com marca de verdadeiro artista estético.

Pablo Aimar não é um jogador de pautar o jogo ou de pausá-lo reorganizando assim as peças em campo. Como é Riquelme ou era Rui Costa. Aimar é, na minha opinião, alguém que imprime velocidade e precisão ao último terço de uma táctica. E não são muitos os jogadores que além de construírem, oferecem velocidade e precisão. Assim, penso que não é mal pensado colocá-lo na frente, como o seu actual treinador Quique Flores faz no Benfica. Penso que apenas precisa de envolvimento à sua volta, alguém que corresponda ao seu ritmo e saiba ler a sua forma de jogar. Não de olhos fechados mas de olhos bem abertos.

1 comentário:

nuno brolock disse...

o aimar é um senhor!

é de referir que o trabalho de Rui Costa para o trazer para o SLB foi excelente. 'ir buscar' um jogador deste gabarito por quase metade do preço pedido, é obra!