quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Época 2008-2009


Para o bem da malta, a época 2008-2009 já começou. E começou praticamente da mesma maneira que acabou a época 2007-2008: repleta de afirmações polémicas, descabidas e de alguns resultados cliché. Senão vejamos:

No Sporting, Paulo Bento, ainda antes da 1ª jornada começar,resolveu apontar o dedo à arbitragem nacional e exigir um bom trabalho ao longo da época. No final do jogo, já com cara de poucos amigos reforçava essa mesma ideia: "Sobre a expulsão poderei dar o benefício da dúvida ao árbitro, mas que é fora da área não tenho dúvidas. O que disse ontem, tenho hoje ainda mais segurança e convicção. Alguns disseram que fui um mau exemplo, mas alertei para o que aí vinha".
Por falar em 'maus exemplos', há muito que se debate o papel da televisão e dos vídeo-jogos como forma de veículo da violência entre os jovens. Ou seja, esta onda de assaltos que assombra Portugal é em grande parte culpa dos filmes/vídeo-jogos onde os jovens buscam inspiração e conhecimento-de-facto. Os argumentistas contrapõem estes argumentos pois um filme não é mais que um reflexo da realidade: a violência já existia antes de ser retratada no pequeno écran.
Dúvida: será que Paulo Bento poderá ser o responsável pelos alegados erros de arbitragem? Quem é que o mandou pôr macaquinhos na cabeça do sr. árbitro?

No Porto, e ainda na senda dos 'maus-exemplos', Jesualdo Ferreira saiu em defesa de Bruno Alves (o homem não faz mal a uma mosca e precisa de um idoso para o defender é o que se deve ler nas entrelinhas). Para Jesualdo "o Bruno Alves sofre mais faltas do que faz." Dúvida: então mas porque razão é muitas vezes acusado de ser um jogador agressivo? Responde Jesualdo:"Num salto vertical, um indivíduo com a compleição física dele, terá de tocar nos adversários. E os adversários já perceberam que o melhor a fazer nesses lances será saltar pouco. Nunca vi o Bruno Alves dar uma cotovelada a ninguém, nunca vi o Bruno Alves dar um pontapé em ninguém. É um atleta leal e um atleta muito forte."
Só não vê, quem não quer! Basta ir ao You Tube e escrever "Bruno Alves". O 1º vídeo que aparece - " Técnicas de Defesa" - (http://br.youtube.com/watch?v=vd4bq9VdszY) é bastante elucidativo: o homem pisa, esfola, amassa, crava, pontapeia, empurra, cabeceia mas, de facto, não deu nenhuma cotovelada!

No Benfica, apesar do empate inaugural , Quique Flores foi acarinhado com os aplausos dos cerca de 1100 adeptos no presenciaram o treino de ontem. Claro que os comentadores mais histéricos irão apontar as inúmeras contratações feitas por Rui Costa - apenas mais uma que o FCP fez no defeso!-para justificar o desaire.
Se eu tivesse estado no centro de estágio, também aplaudiria. Quique Flores já mostrou mais trabalho nesta pré-época, que Fernando Santos em todo o seu reinado. E este apenas foi despedido 1 época e 1 jornada depois de ter sido contratado. Conclusão: se depois de 2 épocas e 1 jornada (ou seja depois da 1ª jornada da época 2010-2011) ainda não se notar o trabalho de Quique, então podem despedi-lo. Portanto, caros comentadores mais histéricos: aguardem mais um pouco(sensivelmente 2 épocas), Quique já provou que merece mais tempo.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Luís Sobral


Luís Sobral, na nova rubrica do sítio maisfutebol.iol.pt -apresentação de todos os plantéis da Liga e respectiva análise - ficou encarregue de interpretar o Benfica. E, como não podia deixar de ser, começou mal : 'O Benfica repete alegre a aventura das mais recentes temporadas: construir uma equipa'. Esta ideia de que o Benfica todos os anos compra e vende um batalhão de jogadores não é de todo correcta. É certo que têm havido muitas contratações nos últimos anos (fruto da incapacidade de Luís Filipe Vieira em perceber o mundo do futebol-comprar o Stretanovic depois de ter visto um DVD com os seus melhores momentos, não lembra a ninguém, especialmente se existir um director desportivo no clube!-mas, principalmente devido às sucessivas mudanças no comando técnico). Mas, que diacho, o FC Porto apenas contratou menos um jogador que o Glorioso no defeso! E o FC Porto não ficou em 4º lugar, não mudou a equipa técnica e nem tem o LFV como presidente! Haja coerência! Só faltava anunciarem que o último reforço deste Benfica em construção é precisamente Bob o Construtor!


Luís Sobral continua o seu raciocínio(?) e, aquando da análise do meio campo lança a seguinte provocação 'Carlos Martins é a incógnita: será desta?' Ó meu caro Luís Sobral, toda a gente já viu que é desta!Viu quem acompanhou os treinos do Benfica - sim, porque nestas coisas não basta ler nos jornais ou ver os jogos na TV, é preciso acompanhar in loco - viu o Carlos Queirós - que belo jogo -e portanto só não viu quem não quis: Carlos Martins é um homem diferente: o potencial é o mesmo que já conhecíamos dos tempos do Sporting, mas está muito mais polido em termos tácticos e tem sido um dos elementos mais preponderantes da pré-época encarnada (foi, por ex., o único jogador que foi titular em todos os jogos de preparação).


Amigo leitor, é melhor sentar-se. Estou prestes a partilhar consigo a conclusão à qual Luís Sobral chegou...preparado? Aqui vai (depois não diga que eu não avisei): ' o Benfica só vencerá o campeonato se este projecto de construção for excepcionalmente feliz (nada de lesões em jogadores-chave , castigos prolongados ou erros graves em clássicos) e/ou os adversários entrarem em crises inesperadas'!!! Ou seja, trocando isto por miúdos, SCP e FCP podem estar descansados porque, caso tenham a infelicidade de passar por estas situações, podem calmamente ser campeões, só o SLB é que não.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Peixe fora de Água


Para o amigo leitor que todas as semanas procura a minha coluna de futobolês neste espaço, tenho uma palavra: Calma...voltei. Se calhar tenho mais que uma palavra, o que faz todo o sentido já que, todas as palavras desta coluna são para si, amigo leitor.


A semana passada não pude dar seguimento a esta nossa 'conversa de café' , porque andei a viajar: Parti do acampamento-base, na Amora, fui até Montemor-o-Novo no Alentejo e nesse mesmo dia estava de volta ao acampamento-base. No dia seguinte 'zarpei' para Montalegre. Lá fiquei por 5 dias e, depois de uma breve passagem por Ourense(Espanha),fui atracar nas Claras. No dia seguinte segui para Castanheira de Pêra onde pernoitei 2 noites, para finalmente regressar à casa de partida.


A propósito de andar por terrenos que não são os meus, gostaria de analisar o novo meio-campo do Benfica. A generalidade da crítica desportiva portuguesa, apesar de concordar que Yebda tem como mais valia físico e qualidades técnicas acima da média - com excepção de Luís Sobral que põe em causa as qualidades técnicas do jogador - discorda-quanto mais não seja,comigo- quanto à sua disponibilidade para jogar na posição 6. De facto, parece-me que a essência do meio-campo encarnado será a mobilidade de ambos os médios-centro.


Se analisarmos as transições de bola, reparamos que muitas das vezes é Carlos Martins quem desce no terreno para poder pautar o jogo, ao mesmo tempo que Yebda sobe. Desta forma acabam-se clichés de épocas anteriores do tipo a posição 6 ser sempre a 1ªreferência do meio-campo e muitas das vezes lateralizar o jogo para a posição 8. Ora, estas situações resultavam num jogo mastigado, enfadonho em que o nº6 ia buscar a bola, corria 1 ou 2 metros para depois passar para o lado (posição 8). E se pensarmos que Petit só na 3ª época de águia ao peito é que dominava-por completo- a arte de sair a jogar com a bola, é fácil de concluir que este é um filme que não queremos voltar a ver!


Outro que na boca da comunicação é um peixe fora de água é o Pablito.Quanto a mim, não passa de uma estratégia 'Quiqueniana' para proteger o jogador. É sabido que Aimar vem de uma época muito má em termos físicos, com 2 lesões arreliadoras.O próprio jogador parece preferir jogar quase ao 1º toque e apenas de quando a quando, recuar um pouco no terreno pois não se sente com forças para estar 90' a partir a loiça toda-ou até para estar constantemente a ser abalroado! Inclusive, disse hoje à comunicação social que se sente muito bem a jogar na frente, onde aliás jogou nas 2 últimas épocas. Conclusão, por mais tinta que corra, julgo que só a partir da 6ª/7ª jornada é que Quique poderá encaixar Aimar mais próximo do centro do terreno.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

O Encanto dos Equipamentos


Sou um aficionado da estética e da beleza. Para além de uma boa jogada, de um bonito passe ou de um magnífico golo, gosto também de seguir a febre dos novos equipamentos de futebol. Lembro-me de na década de 90 os clubes portugueses e também estrangeiros usarem o mesmo modelo de camisola duas ou mais épocas seguidas. Apenas mudavam pormenores, não suficientes para despertar em mim o encanto de um novo design. Hoje em dia é diferente, as marcas como a Nike, a Adidas, a Puma e outras mudam quase sempre de estilo época após época. Isso deixa-me ainda mais contente.


Dos últimos 20 anos destaco em Portugal os equipamentos da Hummel do Benfica e alguns modelos produzidos pela Adidas para o mesmo clube. No Sporting destaco as épocas em que jogavam Luizinho, Silas ou Cadete. Foi no inicio dos anos 90 e os leões usavam um lindíssimo “jersey” da Umbro, marca aliás discreta mas bastante coerente na minha opinião. Também gostei muito do “kit” centenário e do primeiro Reebok que os verde-brancos usaram. Quanto ao Porto, obviamente que a marca Nike deixou aos dragões, símbolos de sucesso em Portugal e Europa nas últimas décadas, uma atitude bastante moderna e desportiva. Confesso que a marca americana é a minha preferida. É inovadora e muito criativa, os materiais são simples e leves e o desenho é praticamente sempre fluido e brilhante.

A nível internacional a Nike é fantástica. Gosto muito da parceria da marca com a selecção da Holanda, com invocações históricas e pormenores de beleza. A actual camisola de Portugal também é muito bonita. O Barça é outro exemplo de bom trabalho. Assim como a Juventus, o Inter, o Manchester United, O Aston Villa, o Celtic, o PSV Eindhoven, etc. Estes são alguns dos que gosto mais.
Desde os clássicos e largos de antigamente, dos equipamentos curtos dos anos 70, da diversidade actual, é com grande satisfação que falo aqui de um aspecto que no fundo abrilhanta ainda mais o jogo bonito!

Para quem gosta e se deleita com este aspecto deste desporto, deixo aqui um dos vários sites em que podem confirmar as camisolas da nova época dos clubes mais conhecidos: http://www.fanfootball.co.uk/football-kits/


quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Aimar - Velocidade e Arte

O leitor que já me conhece um pouco sabe que eu gosto bastante de futebol. Costumo apreciar especialmente certa filosofia de jogo. Uma atitude que se encontra no futebol de ataque, no futebol jogado em todo a largura do campo, no futebol com elegância. De entre alguns representantes dessa mentalidade encontro por exemplo a Argentina nas selecções e por exemplo o Real Madrid nos clubes. Poderia nomear muitas mais equipas mas neste caso quero precisamente falar dos argentinos, dos jogadores inteligentes e elegantes. Não que todos os alvi-celestes o sejam mas olhando para traz lembro-me logo de vários jogadores e equipas que sobressaíram nessa forma de jogar. Falo de Fernando Redondo, de Esteban Cambiasso, das selecções de Bielsa ou de Pekerman.

Neste defeso senti uma dupla emoção ao ver chegar ao nosso pequeno futebol, e digo pequeno quando falo da dimensão da nossa liga, um dos jogadores que mais gostei de ver jogar nos últimos anos. Falo de Pablo Aimar. Uma dupla emoção porque sabe-me bem ver jogadores com este nível a chegarem ao nosso campeonato e por outro lado gostaria mais de o ter visto chegar ao meu Sporting.

Pablo Aimar tem uma forma de jogar que me entusiasma. É rápido a antecipar a próxima jogada e também a executar o próximo movimento. Além disso tem uma atitude dentro e fora do relvado, que pelo que me já foi dado a conhecer, é bastante positiva e desportiva. Vê-se isso quando chega a Lisboa e diz que o que tem em mente é “disfrutar el juego” ou quando o vemos focado apenas e só no jogo de equipa quando está em campo.

A nível europeu e fazendo uma retrospectiva penso que os tempos em que jogou no Valência foram os mais entusiasmantes. Lembro-me de ele dar um grande colorido a uma equipa que tem como cores oficiais o preto e o branco. Jogava no meio e avançava para a frente como uma fluidez surpreendente. O Valência jogava com os célebres Mendieta, Albelda, Baraja e Aimar entendia-se com eles às mil maravilhas. Iniciava jogadas, confundia marcações, tabelava e driblava e como se não bastasse marcava golos, alguns deles com marca de verdadeiro artista estético.

Pablo Aimar não é um jogador de pautar o jogo ou de pausá-lo reorganizando assim as peças em campo. Como é Riquelme ou era Rui Costa. Aimar é, na minha opinião, alguém que imprime velocidade e precisão ao último terço de uma táctica. E não são muitos os jogadores que além de construírem, oferecem velocidade e precisão. Assim, penso que não é mal pensado colocá-lo na frente, como o seu actual treinador Quique Flores faz no Benfica. Penso que apenas precisa de envolvimento à sua volta, alguém que corresponda ao seu ritmo e saiba ler a sua forma de jogar. Não de olhos fechados mas de olhos bem abertos.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Os Árbitros Devem Estar Loucos


Tendo em conta a qualidade da arbitragem portuguesa, é caso para dizer que os árbitros apitam de olhos fechados. Quando chega a hora da verdade, o 'senhor doutor juiz' não precisa de ver o que aconteceu, mas sim saber quais os intervenientes na jogada: se envolver um jogador que gosta de ter a bola no pé, o mais certo é ele ter-se atirado ao chão, se por outro lado envolver um jogador duro e viril, o mais certo é ser ele o faltoso.
Ontem, no jogo V. de Guimarães vs. S. L. Benfica, assistimos a estas duas situações. Gilles Augustin Binya foi rotulado de um jogador agressivo e por isso, tudo o que ele faz é visto com esse filtro. Pablo Aimar é um artista capaz de iludir o adversário. Como tal, não podemos confiar nele e todas as suas acções são analisadas sob um filtro de desconfiança.
Ontem, foi assinalada uma falta contra o S. L. Benfica porque o árbitro 'sentiu ao de leve' o braço de Bynia nas costas do atacante vitoriano. Pouco depois, nada foi assinalado quando o árbitro não viu uma entrada do tipo 'joelho vs. coxa' sofrida por Aimar. Como aliás não viu muitas outras que este sofreu durante o jogo, algumas delas consecutivas.
Independentemente da qualidade da arbitragem, os jogadores são sempre analisados de acordo com a sua 'bagagem cultural' e mesmo quando se reformam, essa ideia permanece: aposto que quando os jogadores estão a vestir o fato- de alta costura-oficial da selecção, fazem piadas às 'gravatas' que Jorge Costa costuma fazer para parar os adversários,quando já não tinha pernas para os acompanhar;Da mesma maneira que aposto que o comité olímpico de Portugal reservou um lugar para João Vieira Pinto,junto aos 'saltadores para a piscina'.

PS- Por vezes julgo que o intercomunicador utilizado pelas equipas de arbitragem não serve para comunicar, mas sim para ouvir o relato do jogo. Os comentários incongruentes e repetidos até à exaustão por parte dos letrados em futobolês poderão, portanto, estar na origem da fraca qualidade dos árbitros, já que provocam enxaquecas. Mas isso é um assunto para ser desenvolvido noutra terça-feira.