terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

O futebol que nós temos - observadores (leia-se anti-benfiquistas)

Pedro Proença foi avaliado 2,4 no FC Porto-Benfica. A nota é justificada por não ter assinalado penalti no lance em que Lucho González é rasteirado. Curiosamente, o polémico penalti que permitiu a Lucho igualar o marcador não é sancionado no relatório do observador, que dá o 'benefício da dúvida' ao árbitro. A sério? Sim. Para percebermos melhor ficam aqui as palavras do observador: "Do local onde nos encontramos e uma vez o lance ter ocorrido no vértice mais distante da grande área, não nos foi possível vislumbrar com clareza o desenlace da jogada(...). Porque o árbitro se encontrava bem colocado e perto, cerca de 3/4 metros, e foi peremptório a assinalar a grande penalidade, aliado ao facto de não terem existido protestos de jogadores da equipa penalizada, que aceitaram pacificamente a decisão, com excepção do faltoso, único a esboçar contrariedade, damos-lhe o benefício da dúvida."

Para quem não percebe a ironia de haver um observador que não consegue observar, vamos imaginar um controlador aéreo que em vez de utilizar um radar decide pôr-se a observar o céu a olho nu. Acidente entre 2 aviões? Do sítio onde me encontro, não me foi possível vislumbrar... Mas isto cabe na cabeça de alguém? A bem da verdade, os árbitros deviam de andar com uma câmara de filmar na cabeça, tipo mineiro, só assim o observador poderia ver aquilo que eles vêm e aquilo que escolhem não ver. Não sendo possível, não seria de esperar que estes srs. observadores recorressem a todos os meios possíveis para avaliar os árbitros? Lá porque o observador está sentado no cu de judas, ou sentado atrás de uma girafa, e não consegue ver o jogo, não significa que o árbitro, a 3 ou 4 metros, não o consiga ver também! E desde quando é que o facto dos jogadores aceitarem pacificamente a decisão do árbitro é indicador que concordam com ele? Então mas contestar as decisões não dá direito a cartão amarelo? República dos bananas, é o que é!

Rui Santos, naquele seu discurso repetitivo que já nos habituou, apontava o dedo a Rui Costa por, no intervalo do jogo, ter exercido pressão ao trio de arbitragem. Ai ai ai que isto não pode ser assim e está na hora dos intervenientes no futebol nacional serem responsáveis por blá blá blá. Foi mais ou menos assim, mas dito 3 vezes. Pois bem, está na hora dos jornalistas - comentadores? painelistas? - serem responsabilizados pelas patetices que dizem. Enquanto Rui Santos falava, as tais imagens estavam a ser exibidas. Em momento algum se vê Rui Costa a dirigir-se a qualquer elemento do trio de arbitragem. Dirigiu-se sempre a um 4º elemento - possivelmente o delegado da liga - que aparentou levar as coisas na desportiva, tendo inclusive dado umas pancadinhas afáveis na barriga de Rui Costa. Para além disso, o árbitro acompanhou toda a conversa de tacha arreganhada!

Por último, gostaria de fazer um reparo aos responsáveis pelas 1ªs páginas de todos os jornais desportivos de hoje. Pavonear o Di Maria desta forma, é um claro indicio do anti-benfiquismo que para aí prolifera. Toda a gente sabe que o homem não sabe rematar e que em 1483 remates, acerta 2. Ora, estes elogios apenas servem para lhe dar mais confiança para fazer aquilo que não sabe. Ao invés, podiam ter elogiado o também excelente golo do Rúben Amorim, que tem um nível de eficácia muito superior.

1 comentário:

nuno brolock disse...

Lisboa, 17 Fev (Lusa) - O observador José Gonçalves, que classificou a arbitragem de Pedro Proença no FC Porto-Benfica com 2,4, (escala de 0 a 5) foi o 23º classificado na última época, num quadro de 29 observadores.

A Comissão de Arbitragem da Liga designou para o jogo do Dragão, partida entre os dois primeiros classificados e um clássico do futebol português, um dos piores classificados da última época e que já tinha sido fortemente contestado pelo Benfica.

José Gonçalves esteve no centro da polémica a época passada, quando classificou com uma nota francamente positiva o desempenho do árbitro Lucílio Baptista no jogo Boavista-Benfica. Essa avaliação viria, no entanto, a ser corrigida em forte baixa pela Comissão de Análise, que transformou o 3,7 dado por José Gonçalves num 2,3 negativo, depois de um pedido de revisão de nota do Benfica.