O Maestro; As Melhores Ligas Europeias

Faz algum tempo que não escrevo aqui neste blog. Este fim-de-semana, no qual vi vários jogos de futebol e de várias ligas, é o momento perfeito para reatar os meus comentários.

Quero no entanto começar por destacar o aniversário de um dos meus jogadores preferidos e que aconteceu esta semana, o Rui Costa. Com 36 anos ele é ainda muito influente no jogo do Benfica, a sua opinião é muito considerada e a sua disponibilidade física também está à vista de todos.

Ouvi esta semana uma entrevista à Sport TV onde ele fazia uma breve retrospectiva da sua carreira. Falou do seu inicio nos seniores, no empréstimo ao Fafe, dos primeiros anos na equipa principal do Benfica, nas hipóteses de transferência para o Barcelona e inclusive para o Sporting (uma novidade penso eu, lembram-se do famoso Verão quente?), da intensidade das épocas na Fiorentina e da consagração no Milan. Sobre todas estas fases, o Rui situa-se como ser humano e como jogador de futebol. Fala do que ganhou e do que perdeu, valoriza no entanto todas as experiências que já teve. Gosto do Rui Costa no campo, onde demonstra inteligência e estética a favor do jogo e admiro-o como interveniente na nossa praça pública. Pela sua sinceridade, sensatez, respeito e

clareza de ideias.

Em relação aos jogos que vi este fim-de-semana, assisti a um campeonato inglês sempre renhido e apaixonante. Embora o Manchester United esteja nesta altura a 6 pontos do Arsenal, com Ronaldo naturalmente em grande, os gunners não cederam caminho este fim de semana e acabaram por recuperar de uma desvantagem de 2 golos contra o Bolton, acabando por vencer o jogo por 2-3. Hoje vi também a vitória do Chelsea por 1-0 com um golo do “nosso” Ricardo Carvalho. Os blues demonstram que, mesmo sem Mourinho, podem contar com eles na luta pelo título.

Vi também a liga espanhola. O Barcelona perdeu surpreendentemente em Sevilha com o Bétis, depois de estar a ganhar por 2-0! Embora o campeonato espanhol não seja assim tão previsível, nada fazia esperar que os catalães pudessem dar assim tantas facilidades, no jogo com o Bétis e na liga com o Real Madrid. Enquanto os madrilenos ganharam, o Barça não parece concentrado e forte o suficiente para o primeiro lugar.

Em Itália as coisas estão cada vez mais empolgantes. Apesar da Roma teimar em empatar quando o Inter empata, o que nos trouxeram as últimas jornadas foram uma aproximação dos romanos aos milaneses com a diferença agora a cifrar-se em 4 pontos. Os neroazzurri têm jogadores de classe mundial mas os da capital confirmam uma forma de jogar que fazem deles um colectivo que joga com qualidade.

As Emoções Europeias

Esta semana foi semana de jogos europeus. Quando assim é, tenho a garantia de desfrutar as boas sensações que me acompanham em qualquer bom jogo de futebol, neste caso acrescidas pelo entusiasmo intercultural de uma competição europeia. Um desafio europeu desperta o interesse pela diversidade, pela competição internacional, pelo frente a frente de culturas, futebolísticas e nacionais. Falo dos diferentes estilos, o jogo directo ou apoiado, a história por detrás dos clubes, o tipo de estádios, os climas, as transmissões televisivas, as diferenças na abordagem fisica, que os jogadores, fazem ao jogo. Tudo isto faz parte daquele brilho que acompanha um momento europeu.

Vi os jogos dos Porto e do Sporting. O do Benfica segui o que pude, visto ter coincidido na televisão com o meu Sporting. Vi no Dragão duas equipas desejosas para chegar aos quartos de final da Liga dos Campeões. Uma que perfumou o acontecimento com iniciativa, com provocação, com decisão. Infelizmente, todo esse odor esbarrou num elemento neutro que fez tudo para levar o cheiro a triunfo para o seu lado. O Schalke veio defender, não jogou bem nem bonito mas há que dar mérito a quem acaba por cumprir a sua missão não faltando à verdade do jogo.

O Sporting foi mais uma vez uma equipa “a caminho de”, um pouco como um adolescente que vai povoando a sua existência com bonitos triunfos mas também com erros ingénuos, próprios da sua juventude. Felizmente todo esse ideal chegou para ficar em vantagem na eliminatória contra uma equipa prática mas muito cinzenta.

Já o Benfica, não vi o jogo, apenas os últimos 15 minutos. Ainda vi o lance do golo do inevitável Mantorras que parece predestinado para golos de salvação. Não sabemos se irá salvar o Benfica, mas foi uma ajuda, quiçá preciosa, para conseguir ainda ultrapassar a eliminatória.

Oitavos de Final da Liga dos Campeões (segunda mão)

FC Porto 1 (0) – 0 (1) Schalke (ALE) – 1-4 em penaltys

Oitavos de Final da Taça UEFA (primeira mão)

Bolton (ING) 1 – 1 Sporting
Benfica 1 – 2 Getafe (ESP)

Já agora, aí ficam os cartazes oficiais que anunciam as cidades que vão receber este ano as finais da Liga dos Campeões e Taça UEFA, Moscovo e Manchester, respectivamente:

O Derby Minhoto: Braga - Guimarães

Esta noite estive a ver o final do mediático Sporting de Braga – Vitória de Guimarães. Gostei dos minutos que vi mas só pude apreciar uma das equipas a jogar ao ataque e à procura do golo.

Foi o Guimarães que tentou na parte final alcançar a vitória. Com alguns jogadores de qualidade, a equipa vimaranense destaca-se pelo seu futebol bem-disposto, rápido e objectivo. Com bons defesas, dos quais destaco o central Geromel, um meio-campo lúcido e de processos simples com Desmarets a evidenciar-se, e também um ataque mexido e irreverente, aqui com Alan a criar perigo com frequência, a equipa de Manuel Cajuda demonstra que merece o bom lugar que ocupa na tabela.

Gosto da maneira de ser de Manuel Cajuda, simpático mas também frontal, pragmático mas também inventivo. Ele e a sua equipa estão a enriquecer bastante este campeonato.

Só realmente foi pena não ter havido golos. A equipa do Braga tem também muitos bons jogadores, apenas não está a conseguir tirar o melhor partido desse facto.