domingo, 20 de janeiro de 2008

A Táctica e a Posse de Bola: O Exemplo do Chelsea

Foi com enorme surpresa que em Setembro passado, praticamente no inicio da época, recebi a noticia do abandono de José Mourinho do comando técnico do Chelsea.

Todos nós conhecemos José Mourinho, um treinador carismático e que trouxe para a ribalta do futebol o rigor metodológico aplicados ao treino técnico-táctico e à gestão de um grupo de ser humanos. Admiro e sempre segui a carreira do português, apesar de nos últimos anos eu não ter gostado das suas equipas a jogar. Simplesmente não era fútebol bonito de se ver.

Com movimentos e posicionamento bastante bem treinados, o Chelsea (e o Porto que ganhou a Liga dos Campeões) assentava, com bastante frequência, num desenho táctico de 4-1-2-1-2. O famoso losango tinha os seus vértices num médio defensivo (Makelélé), em dois médios interiores que apoiariam em jogadas ofensivas provenientes da alas (Essien, Lampard, Obi Mikel, Ballack,Tiago...) e por fim um jogador mais próximo dos avançados (Lampard, Joe Cole...). O conceito de proximidade era chave neste sistema. No fundo este losango, através da criação de linhas de passe curtas e que envolvam poucos riscos, mantinha a posse de bola a atacar, inviabilizando o jogo da outra equipa, e em situação de defesa colocava uma muralha no meio-campo.

Penso que não é só o sistema que define o tipo de jogo de uma equipa. As características dos jogadores ditam o sucesso ou não de uma táctica. Neste caso os jogadores foram muito bem orientados a interpretar este tipo de jogo. Na minha opinião faltavam executantes de mais recorte técnico e com mais criatividade para o jogo ser mais bonito e imprevisível.

Actualmente a equipa mudou. De um meio campo junto e unido passaram para uma linha de 4 jogadores na qual os médios interiores são agora médios esquerdo e médio direito. Esta forma de jogar exige mais precisão e qualidade nos passes médio-longos porque se a bola se perder as consequências para a equipa podem ser piores. Por outro lado, gosto de ver assim mais a equipa jogar porque sou um adepto do futebol jogado no máximo de campo disponível possível. Jogadores como Wright-Philips ou Joe Cole são agora mais preponderantes também em cada uma das faixas.

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