domingo, 14 de outubro de 2007

Porque é Que Eu Gosto do Futebol Holandês e Argentino? As Selecções Dos Últimos Anos (1ª parte)

Esta pergunta surgiu-me naturalmente. Quando gosto de algo, quase sempre sei o porquê. Outras vezes apenas gosto e não sei as razões. O que também não é mau.

Mas neste caso sei porquê.

Vejo fútebol desde os meus 10 anos e com mais atenção desde os meus 12 - 14 anos. Vi os mundiais de Itália 90 e dos EUA 94 com a Argentina ainda de Maradona. Em 92 sei que houve uma sensação no Europeu, a Dinamarca de Laudrup. Não me lembro bem desse europeu mas sei que ainda se falava de uma laranja que tinha feito história nas décadas de 70 e 80 com finais atingidas nos mundiais de 1974 e 1978 e a conquista do europeu de 1988.

O Euro 96 foi a primeira grande competição internacional que eu segui com atenção. A Holanda ficou-se pelos quartos de finais mas artistas como Seedorf, Kluivert e Bergkamp já pintavam o campo.

Chegámos enfim ao Mundial de 98 em França. Foi aí que definitamente vi o que era a escola holandesa a jogar. A equipa era treinada por Guus Hiddink, treinador com prestigio e grande historial à frente de clubes holandeses e selecções por todo o mundo. A equipa jogava espectacularmente o fútebol total, tipica abordagem holandesa. A bola circulava pelo campo todo, desde Van der Saar, Frank de Boer (central técnico e elegante), Seedorf, Davids (rápidos e precisos) até ao lugar onde tudo se decide, estando Kluivert e Bergkamp para terminar lances com o objectivo do golo. Quem não se lembra daqueles quartos de final com a Argentina, jogo maravilhosamente bem jogado, um regalo para apreciar. Ganharam os holandeses por 2-1. Os golos estiveram à altura, com bons golos produzidos por Kluivert, Cláudio López e Bergkamp (especialmente este, um dos melhores de sempre).


A argentina de Passarella também era uma equipa esteticamente muito interessante no seu tipo de fútebol. À semelhança do fútebol total da Holanda, também os argentinos me habituaram a ver um jogo de fútebol aplicado a todo o campo. Com a particularidade dos sul-americanos, ao planearem uma jogada, parecerem pertencer a uma equipa de dancarinos de tango... A equipa de 98 era um misto de força (sempre dotada de um propósito futebolistico) e de técnica de dança, com Ortega e Claudio López a destacarem-se no Grande Salão.

A Holanda viria a cair na semi-final com o Brasil, mas só nos penaltis, e com escrete que era uma equipa composta de sambistas e carregadores de orquestra mas que neste mundial pouco entusiasmaram as suas plateias...

(continua...)

1 comentário:

nuno brolock disse...

a do "grande salão" tá boa!